Newsletters

“Lisboa é uma cidade perfeitamente ciclável”, mas faltam carros nos passadiços. Newsletter 43

Fwd: Nova petição
Tue, 24 Oct 2023 10:59:35 AM +0200

O meu nome é Pedro Silva e sou conhecido no mundo gamer como Observador. Sou atento à vossa comunidade de lisboetas possíveis, e sei que vocês apoiam as pessoas. Ora se existem 5.6 milhões de carros em Portugal, quer dizer que mais de 50% das pessoas têm carro, e como tal imagino que vocês apoiem esta evidente maioria.

Portanto venho pedir a vossa ajuda.

Muitas pessoas costumam ir correr e passear ao novo parque ribeirinho do Tejo – os passadiços das Jornadas Mundiais da Juventude. Isso indica, como aliás confirmam os holandeses da Dutch Cycling Embassy no vosso novo vídeo do Youtube, que Lisboa é uma cidade perfeitamente ciclável.

Eu também gostava de usufruir dos passadiços, mas tenho obesidade genética e estou a aguardar a colocação de próteses do joelho. O SNS está sem médicos e como tal estou sem andar. Além do mais, eu não pratico desporto, pois como sabem, cerca de 200.000 jovens atletas têm morte súbita durante competições, pelo que apenas jogo jogos de computador.

Assim, a minha ideia seria vocês fazerem uma petição e lobby para que os passadiços do Tejo sejam alcatroados e para automóveis apenas.

Os motivos são:

Democratização do seu acesso:
  • A minha avó tem diabetes e é cardíaca. Sempre quis ver flamingos que existem lá. Ora ela não consegue caminhar até aos flamingos pelas doenças, pelo que ir de carro seria a solução ideal, já para não falar que tem cataratas e precisa de os ver mesmo de perto.
  • Eu, pelos motivos já descritos, não consigo caminhar, e assim estou a ser impedido de ir ver o Tejo, pois não deixam ir de carro.

Questões de saúde:
  • Os passadiços não têm fontes de água e as pessoas podem desidratar.
  • As saídas de emergência dos passadiços estão separadas por 500 a 1000 metros cada uma. Se alguém tiver uma paragem cardíaca, como teve o meu avô, e se o médico tiver de correr 500 metros com o desfibrilhador, isso demora quase 5 minutos, o que faz com que a pessoa morra. Além disso, se a Rua dos Mastros não é pedonalizada pois os bombeiros podem ter uma vítima e ter de andar 20 metros a pé, como se justificam passadiços com 500 a 1000 metros a pé para os bombeiros?
  • Os passadiços têm mosquitos que transmitem doenças, e cheira mal. Se fossemos de carro, podíamos ir de vidros fechados e ar condicionado com filtros, que tornava a viagem mais segura dentro do carro que a pé.

Questões de mobilidade:
  • Os passadiços têm três metros de largura, pelo que é compatível com carros.
  • Para quem não tem carro, podíamos pedir à Carris que criasse um autocarro público gratuito, a cada meia hora, daqueles tipo Londres com dois andares e a parte de cima aberta, para quem quiser desfrutar do sol em cima do autocarro.
  • Alcatroar os passadiços do Tejo ajudava o trânsito na A1 e N10, pois claramente criava mais uma opção de rodagem para veículos.

Aproveitamento de espaço público:
  • Sugiro ainda transformar o palco do Pápa num cinema drive-in, pois o palco até já foi parcialmente removido e não vai ser muito usado. Assim, se fosse cinema, teríamos sessões todos os fins de semana, onde as pessoas iam de carro e viam o filme dentro do carro, projetado no palco.
  • Transformávamos ainda o jardim onde estiveram os milhões de peregrinos num parque de estacionamento onde caberiam centenas de carros.

Estimular a economia:
  • Na zona envolvente ao palco, podíamos criar barracas de farturas e pipocas tipo McDrive, estimulando o comércio local.

Por tudo isto, peço a vossa ajuda a criar esta petição, para uma Lisboa e Loures melhores, das pessoas, para as pessoas. Espero que partilhem com a vossa comunidade, o link direto é este.

Obrigado,

Pedro Silva

P.S.: Sinceramente acho de péssimo gosto vocês colocarem aqueles cravos bravos nos tubos de escape e terem sujado Lisboa com aquela imagem. Quem vos apoia regularmente e em troca recebe aquela t-shirt realmente não percebe que ter carro é uma necessidade para as pessoas irem trabalhar, para irem estudar, para levarem os filhos à escola, para fazerem as suas necessidades básicas!

A distopia já é possível!
Diogo e Ksenia